AVSI COMUNICA /
Patrícia Herkenhoff
Gerente de Projetos
AVSI Brasil (BA)


 

Atuamos em comunidades ao redor de Morro do Chapéu, comunidades remanescentes quilombolas, e outras comunidades que também têm envolvimento com agricultura familiar. Todas elas vêm sofrendo com algum tipo de escassez de água seja em quantidade ou em qualidade. O que a gente tem hoje são dois projetos que estão acontecendo ao mesmo tempo para implantação de 105 cisternas e a construção de 60 sistemas bioágua. No total, esses projetos estão beneficiando aproximadamente 800 pessoas. 800 pessoas que a gente está realmente mudando a vida.

 

As cisternas é um dos projetos, no qual basicamente é um lugar para você armazenar água e que tem dispositivos que limpam essa água parcialmente. A bioágua utiliza a água que as pessoas usam na casa, quando lava uma roupa, quando lava uma fruta. A bioágua pega todas essas águas, que é chamado de águas cinzas na casa, e faz um tratamento para que ela seja utilizada. Esse tratamento acontece no filtro, que é subterrâneo e tem várias camadas. Depois tem o tanque de armazenamento e, por um sistema de motor bomba, essa água vai para o reservatório que irriga o quintal da pessoa por gotejamento, ou seja, cai diretamente na raiz da planta, através de um sistema que economiza água e evita a perda por transpiração.

 

A gente seleciona 160 famílias, então vamos na casa de cada uma delas, conhece essas pessoas e procura entender a realidade delas. Depois fazemos a construção e, em seguida, a gente dá uma capacitação para essas famílias aprenderem o que que é aquela tecnologia, e essa capacitação tem que ser muito bem pensada. Então, eu começo a capacitação com uma contribuição deles, em seguida, eu dou uma introdução do que é o sistema que estão recebendo, a importância de cuidar dessa água, e a gente cria junto o que é esse projeto, então cada um faz o próprio cartaz. Por último, a gente tem uma oficina com uma cartilha que eles recebem, mas muita gente não sabe ler, então tivemos todo cuidado para colocar imagens exatamente ligadas com o que o texto fala para que as pessoas que não sabem ler consigam ler a cartilha.

 

Eu acho que isso é uma das peças chaves que temos nesse projeto. A gente não vai lá, constrói e vai embora. Queremos que eles saibam o que tem dentro da casa deles, o que a gente está levando, como funciona, se eles quiserem ampliar esse projeto, multiplicar, eles têm ferramentas que possibilitam isso. Além disso abrimos essa capacitação para pessoas da comunidade que queiram aprender, não fica restrito às famílias que foram selecionadas. Também é realizada uma capacitação agroecológica para eles aprenderem a produzir. Tem acompanhamento de nutricionista, oficinas de nutrição, de reeducação alimentar, tudo isso para que o projeto dê certo, vá em frete, são requisitos para que se prepare essas pessoas para a tecnologia que estão recebendo.

 

Esse projeto não é nada sem as famílias. Eu estou lá para eles, para ensina-los, mas tem um momento que eu vou embora, então esse projeto depende deles, eles são muito importantes em todo processo. Desde o início até a continuidade. Metade ou mais do projeto são eles. Esse projeto não é feito por mim, de forma alguma, é feito por toda essa equipe que está por trás e as famílias. E, também, a Enel que é a criadora, financiadora, parceira e que acreditou nesses dois projetos, porque realmente a pessoa precisa acreditar para estar junto com a gente.

 


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