Quando eu ingressei no Semente, eu achei que seria apenas mais um curso, mas não foi apenas mais um curso, tornou-se uma experiência  que mudou  o rumo das coisas.

A princípio foi uma tarefa de resistência, já que morava um pouco afastado do Semente, o stress do trânsito junto com a demora, o cansaço, me deixava com dúvidas se realmente valeria a pena. Pensava comigo mesmo que só continuaria se a vontade de ir prevalecesse sobre as dificuldades de chegar.

Os primeiros meses foram da apresentação e convivência, onde nós começávamos a nos descobrir enquanto grupo. Conheci novas pessoas, novas realidades, novos estilos e novas amizades.

Os professores e coordenadores sempre nos olhavam de maneira diferente, não de maneira sistemática como nos veem na sociedade, mas seus olhares e palavras nos mostravam confiança, tratando todos individualmente, preocupando-se e entendendo cada uma das realidades.

Eu sempre gostei muito de tecnologia, mas ainda tinha dúvidas do que realmente eu queria para minha vida.

Prestava atenção nas aulas, vencia o sono e o cansaço junto com a vontade de estar em casa, conversava com os professores, tirava dúvidas sobre as atividades, aprendia com suas experiências de vida, descobri um pouco mais sobre minha identidade, sobre meu papel na sociedade, estudei, programei, fiz grandes amigos, brinquei, ri, fiz as pessoas rirem, pensei, ajudei, fui ajudado e descobri o caminho que eu vou seguir. E nunca mais tinha reclamado o quanto difícil e cansativo era chegar até o Semente, porque o importante mesmo era estar lá.

E não tenho palavras que expressem minha gratidão, só gostaria que mais pessoas passassem por essa experiência.